“Uma estrela nunca morre. Ela apenas se transforma em um sorriso e se funde de volta na música cósmica, a dança da vida. Com um sorriso, eu mesmo me fundo de volta na música.”
(Trecho de "Dança da Vida")
As poesias abaixo foram retiradas do livro "Dancing the Dream", escrito pelo próprio Michael Jackson em 1992.
O livro não foi publicado no Brasil, por isso os textos abaixo tiveram de ser traduzidos pelos próprios fãs.
A Última Lágrima
Suas palavras perfuraram meu coração e eu chorei lágrimas de dor.
"Saia daqui", berrei. "Estas são as últimas lágrimas que chorarei por você".
Então você foi embora. Esperei por horas, mas você não voltou. Aquela noite, sozinho, chorei lágrimas de solidão.
Esperei meses, mas você não deixou nenhum sinal para mim. No fundo do meu coração, chorei lágrimas de desespero. Que estranho que todas estas lágrimas não possam lavar a dor!
Depois, um pensamento de amor furou minha mágoa. Lembrei de você no Sol com um sorriso tão doce quanto o vinho de maio.
Uma lágrima de gratidão começou a cair pelo meu rosto e, miraculosamente, você voltou. Dedos macios tocaram a minha bochecha e você se abaixou para um beijo.
"Por que você veio?", sussurrei.
"Para limpar a última lágrima", você respondeu. "Foi a que você guardou para mim".
Asas Sem Mim
Era agosto e eu estava olhando o céu. Com uma mão protegendo meus olhos, descobri um falcão nas termas de ar quente. Cada vez mais alto ia em seu espiral até, com um horripilante berro, sumir. Imediatamente me senti abandonado.
"Por que tem asas e eu não?"
Neste momento meu espírito disse: "O caminho do falcão não é o único. Seu pensamento é tão livre quanto qualquer pássaro."
Então fechei os olhos e meu espírito decolou, girando até onde estava o falcão, depois além, para que estivesse vendo o mundo todo. Mas algo estava errado. Por que me sentia tão sozinho?
"Você tem asas e eu não", disse meu coração. "Qual o valor da liberdade sem amor?"
Então fui à cama de um garoto doente e cantei uma canção de ninar. Ele dormiu com um sorriso e meu coração decolou, se juntando ao meu espírito que circulava a terra. Eu estava livre e amando, mas ainda havia algo de errado.
"Você tem asas e eu não", disse meu corpo. "Seus vôos são só imaginação."
Então olhei livros, que antes tinha ignorado, e li sobre santos em todas as épocas que realmente voaram. Na Índia, China, Pérsia e Espanha (até em Los Angeles!) , o poder do espírito alcançou, não só o coração, mas todas as células no corpo.
"Como se carregadas por uma grande águia", disse Santa Teresa, "meu êxtase me puxou para o ar."
Comecei a acreditar nesta proeza surpreendente, e pela primeira vez, não me senti esquecido. Eu era o falcão e o garoto e o santo. Ao meu ver, suas vidas ficaram sagradas e a verdade me abordou: Quando toda a vida é vista como divina, todos ganham com asas.
Então os Elefantes Marcham
Um fato curioso sobre elefantes é isso: para sobreviver, eles não podem cair. Todos os outros animais podem cair e ficar de pé de novo. Mas um elefante sempre fica de pé, até para dormir. Se um da manada escorregar e cair, ele está indefeso. Fica deitado de lado, prisioneiro de seu próprio peso. Mesmo com os outros elefantes ao seu lado, deseperados, tentando levantá-lo, normalmente não há muito que eles possam fazer. Respirando, lembrando, e com força, o elefante caído morre. Os outros ficam vigiando, e depois ão embora lentamente.
Isso é o que li em livros de natureza. Mas será que é verdade? Há outra razão pela qual os elefantes não possam cair? Talvez tenham decidido não fazê-lo. Não cair é sua missão. Como o mais largo e mais paciente dos animais, fizeram um pacto - imagino-o há uma eternidade, quando as eras glaciais estavam acabando. Movendo-se em imensas manadas pelo mundo, os elefantes viram pequenos homens andando no mato com suas lanças de pedra.
"Que medo e ódio tem esta criatura", pensavam os elefantes. "Mas ele vai herdar a Terra. Somos espertos o bastante para ver isso. Vamos dar-lhe um exemplo".
Neste momento, os elefantes juntaram suas cabeças grisalhas e pensaram: "Que tipo de exemplo podemos dar ao homem?"
Poderiam lhe mostrar que o poder do elefante era superior ao dele, isso era verdade. Podiam mostrar sua ira perante ele, que era terrível o bastante para arrancar árvores de uma floresta toda. Ou poderiam dominar o homem pelo medo, pisando em suas plantações e destruindo suas casas. Em um momento de frustração, selvagens elefantes podem fazer tudo isso, mas, como um grupo, pensando juntos, decidiram que o homem aprenderia melhor por um exemplo mais bondoso.
"Vamos mostrar-lhes nosso respeito pela vida", disseram.
E daquele dia em diante, os elefantes viraram silenciosas, pacientes e pacíficas criaturas. Eles deixam homens andar neles, amarrá-los como escravos. Permitem que crianças riam de seus truques no circo, exilados das grandes planícies africanas onde já viveram como reis. Mas a mensagem mais importante dos elefantes é seu movimento. Eles sabem que a vida é o movimento. Mas manhã após manhã, época após época, as manadas marcham, uma só massa de vida que nunca cai, uma força pacífica impossível de parar.
Animais inocentes, não suspeitam que, depois de todo esse tempo, cairão com uma só bala. Estarão deitados na grama por causa de nossa imensa gulodice. Os imensos machos caem primeiro, para que seus marfins possam ser transformados em lembranças. Aí caem as fêmeas, para que homens levem troféis. Os filhotes fogem, berrando por causa do sangue de suas mães, mas isso não os ajuda em nada. Silenciosamente morrerão ao Sol sem ninguém para salvá-los, silenciosamente morrerão e seus ossos ficarão brancos ao Sol.
No meio de tanta morte, os elefantes poderiam desistir. Tudo que têm de fazer é deitar. Isso é o bastante. Não precisam de uma bala: a natureza lhes deu a dignidade de poder deitar e encontrar seu descanso. Mas eles lembram de seu pacto antigo, que é sagrado. Então os elefantes continuam a marchar e cada passo escreve palavras no pó: "Olhe, aprenda, ame. Olhe, aprenda, ame".
Você consegue ouvi-las? Um dia, com vergonha, os espíritos de 10 mil lordes das planícies dirão: "Nós não lhes odiamos. Não vêem isso? Estávamos dispostos a cair para que vocês, queridos pequenos, não caiam novamente".
O Peixe que Estava com Sede
Uma noite um filhote de peixe estava dormindo debaixo de um coral quando Deus apareceu para ele em um sonho. "Quero que você passe um recado a todos os peixes no mar", disse Deus.
"O que devo dizer a eles?" perguntou o peixinho. "Somente diga que você está com sede", respondeu Deus. "E veja o que eles fazem". Depois, sem uma palavra, ele sumiu.
No dia seguinte, o peixinho acordou e lembrou seu sonho. "Que coisa estranha Deus quer que eu faça", pensou.
Mas assim que viu um grande atum nadando, o pequeno peixe disse: "Com licença, mas estou com sede".
"Então você deve ser tolo", respondeu o atum, e com desdém foi embora.
O peixinho se sentiu um tanto tolo, mas cumpriu suas ordens. O próximo peixe que ele viu foi um tabarão sorrindo. Mantendo-se seguramente distante, o peixe berrou: "Com licença, estou com sede".
Então você deve estar louco", disse o tubarão.
Percebendo um pouco de fome no tubarão, o peixe fugiu rápido.
Durante o dia todo ele encontrou bacalhaus, peixes-espada e garopas, mas toda vez que ele dizia o que tinha de dizer, os peixes iam embora e não queriam conversar com ele. Sentindo-se um pouco confuso, o peixinho procurou o peixe mais esperto do mar, que por sinal era uma velha baleia azul, com três cicatrizes de arpões em suas costas.
"Com licença, etou com sede!" berrou o peixinho, imaginando se a baleia conseguia vê-lo, já que ele era tão pequeno.
Mas o sábio parou em seu caminho. "Você viu Deus, não é?", perguntou.
"Como você sabia?".
"Porque eu já senti sede também", a velha baleia riu.
O pequeno peixe sentiu-se surpreso. "Por favor me diga o que este recado de Deus quer dizer", implorou.
"Quer dizer que estamos procurando Ele nos lugares errados", explicou a velha baleia. "Procuramos Deus para cima e para baixo, mas de alguma forma Ele não está lá. Então o culpamos e dizemos que Ele deve ter-nos esquecido.Ou concluímos que Ele foi embora há muito tempo - ou sequer tenha existido".
"Que estranho", disse o peixinho, "sentir falta do que está em todo o lugar".
"Muito estranho", concordou a baleia. "Isso não te lembra de peixes que dizem que estão com sede?".
Berlim 1989
Eles odiavam o Muro, mas o que podiam fazer? Era muito forte para ser atravessado. Eles tinham medo do Muro, mas não fazia sentido? Muitos que tentaram passar por cima dele foram mortos. Eles desconfiavam do Muro, mas quem não o faria? Seus inimigos se recusavam a derrubar um só tijolo, não importou o tempo que duraram as negociações de paz.
O Muro ria cruelmente. "Estou lhes dando uma boa lição", debochava. "Se você quiser construir pela eternidade, não se preocupe com pedras. Ódio, medo e desconfiança são muito mais fortes".
Eles sabiam que o Muro estava certo, e quase desistiram. Só uma coisa os impediu de desistir. Eles lembravam quem estava ao outro lado. Avó, primo, irmã, esposa. Rostos amados que queriam ser vistos.
"O que está acontecendo?", perguntou o Muro, tremendo. Sem saber o que fizeram, eles viam através do Muro, tentando encontrar o amado. Silenciosamente, de uma pessoa à outra, o amor manteve seu trabalho invisível.
"Pare", berrou o Muro. "Estou caindo em pedaços". Mas era tarde demais. Um milhão de corações tinham se encontrado. O Muro tinha caído antes de desmoronar.
Mas o Coração Disse Não
Viram os pobres vivendo em casebres de papelão, então derrubaram as casas e construíram projetos. Imensos blocos de cimento e vidro atrás de estacionamentos. De certa forma, não parecia casa, nem casa nem casebre de papelão.
"O que vocês querem?", perguntaram impacientemente.
"Vocês são pobres demais para viver como nós. Até poderem fazer algo por si próprios, deviam nos agradecer, não é?". A cabeça disse sim, mas o coração disse não.
Precisam de mais eletricidade na cidade, então encontraram um riacho de montanha para fazer uma barragem. Enquanto as águas subiam, coelhos e veados mortos boiavam; passarinhos novos, muito novos para voar, afogavam-se no ninho enquanto a mãe chorava desesperadamente.
"Não é uma cena bonita", disseram. "Mas agora um milhão de pessoas poderão usar seu ar condicionado durante o verão todo. Isso é mais importante do que um riacho de montanha, não é?". A cabeça disse sim, mas o coração disse não.
Viram opressão e terrorismo em um país longínquo, e fizeram guerra contra ele. Bombas reduziram o país a pedregulhos. Sua população se escondeu de tanto medo, e todos os dias mais cidadãos eram enterrados em feios caixões de madeira.
"Você tem de estar preparado para fazer sacrifícios", disseram. "Mesmo se alguns inocentes se machucarem. Esse não é o preço da paz?". A cabeça disse sim, mas o coração disse não.
Os anos passaram e eles envelheceram. Sentados em suas casas onfortáveis, lembraram o passado.
"Tivemos uma boa vida", disseram, "e fizemos as coisas certas".
Seus filhos olharam para baixo e perguntaram o porquê da pobreza, poluição e guerra não terem sido resolvidos.
"Você descobrirá logo", responderam. "O ser humano é cruel e mesquinho. Mesmo com nossos maiores esforços, problemas nunca acabarão".
A cabeça disse sim, mas os garotos olharam seus corações e sussurraram "Não!".
Dançando o Sonho
A conscientização se expressa por si só, através da criação.
O mundo em que vivemos é a dança do criador. Dançarinos vêm e vão num piscar de olhos, mas a dança sobrevive.
Muitas vezes, enquanto danço, tenho sentido algo sagrado. Nestas horas, sinto meu espírito voar alto e se tornar parte integrante de tudo o que existe.
Sou as estrelas e a lua. Sou o amado e o bem-amado. Sou a vitória e o vencedor. Sou o mestre e o escravo. Sou o cantor e a música. Sou o informante e o informado. Continuo dançando, logo esta é a eterna dança da criação.
O criador e a criatura se unem num complexo de alegria.
Continuo dançando... E dançando... E dançando até quando apenas existir... A DANÇA.
Mãe Terra
Eu estava andando na praia num dia de inverno.
Olhando para baixo, eu vi a onda levar uma pena à areia. Era uma pena de gaivota manchada com óleo.
Eu a peguei e senti a pena escura e lisa com os meus dedos. Eu fiquei pensando se o pássaro havia sobrevivido.
"Será que estava tudo bem lá?" Eu sabia que não.
Eu fiquei triste ao pensar sobre como tratamos mal a nossa casa. A terra que todos nós dividimos não é apenas uma pedra flutuando no espaço, mas um ser vivo. Ela se importa com a gente; ela merece a nossa importância de volta.
Temos tratado a Mãe-Terra do mesmo jeito que algumas pessoas tratam um apartamento de aluguel. Apenas o jogam no lixo e se mudam.
Mas não há lugar para se mudar agora. Nós trouxemos nosso lixo, nossas guerras e nosso racismo para todas as partes do mundo.
Precisamos começar a limpá-la, e isso significa limpar os nossos corações e nossa mentes primeiro, porque eles nos levam a envenenar o nosso querido planeta.
Quanto mais cedo mudarmos, o mais fácil será sentir o nosso amor pela Mãe-Terra e o amor que ela livremente nos dá.
Anjo Iluminado
É difícil ver anjos, embora eu já tenha ficado admirando suas fotos por horas.
Algumas pessoas conseguem vê-los sem que seja por fotos, e elas contam estórias interessantes.
Anjos da guarda, por exemplo, são do sexo feminino, o que não me surpreendeu, quando descobri. Um anjo do nascimento, escalado para os cargos mais novos, cuida de todo bebê que nasce, enquanto que outro anjo, mais velho, porém não sombrio, ajuda os moribundos a deixar este mundo sem sofrimento ou dor.
Pode-se rezar para os anjos e eles ouvirão, mas a melhor maneira de chamá-los (eu penso assim) é rindo. Os anjos reagem mais favoravelmente aos estímulos de prazer, porque é disso que eles são feitos. Na realidade, quando a mente das pessoas está tomada pela raiva ou ódio, nenhum anjo consegue atingi-la.
Nem todos os anjos têm asas - assim dizem os visionários - mas aqueles que têm conseguem espalhar um rastro de penas douradas, que se estendem por todo o mundo. Se nossos olhos pudessem olhar diretamente o sol, poderíamos ver um anjo predominante, governando lá; um anjo mais sereno sorri, sobre a lua.
Os anjos passam a vida inteira, que é eterna, dando voltas ao redor do trono do Criador, cantando Suas músicas. Pessoas com o ouvido apurado já as escutaram. As harmonias do coro angelical são incrivelmente complexas, dizem elas, mas seu ritmo é simples.
"É essencialmente uma marcha do tempo", arrisca uma pessoa.
Por algum motivo, este fato é praticamente a melhor coisa que já aprendi. Após certo tempo, para mim, parei de acreditar na existência de anjos que eu não conseguia ver por mim mesmo. Quando uma pessoa que consegue ver anjos me escutou dizendo isto, ficou chocada.
“Não pode ver?", ela disse. “Mas você tem um anjo dentro de você. Todos têm. Posso vê-lo agora mesmo, e pensei que você pudesse também”.
“Não”, eu disse tristemente, e perguntei como ele era. "Se parece comigo?"
“Bem, sim e não”, respondeu o observador de anjos, de forma misteriosa. “Tudo depende do que você acredita ser. Seu anjo é um ponto luminoso no meio do seu coração. É menor que um átomo, porém simplesmente aguarde. Logo que você se aproximar dele, seu anjo irá se expandir. Quanto mais você se aproximar, mais ele irá crescer, até que, finalmente, numa explosão de luz, você verá seu anjo em sua forma real e, neste instante, você também verá a si mesmo”.
Portanto, atualmente procuro meu anjo constantemente. Fico só, olhando fixamente para meu interior. Não faz muito tempo que eu tive a visão de algo.
"É você, meu Anjo, segurando uma vela?" Num piscar de luz, ele se foi.
Aquilo foi suficiente para que meu coração batesse forte. Na próxima vez, meu anjo estará segurando uma lamparina, e então ostentando uma tocha, e então acendendo uma fogueira.
Isto foi o que o observador de anjos prometeu, e agora que eu tive a visão da glória, sei o suficiente para poder acreditar.
Amor
Amor é uma coisa engraçada de descrever. É muito fácil sentir e muito difícil falar sobre ele. É como um sabonete em uma banheira: você o tem na sua mão até segurá-lo com muita força.
Algumas pessoas passam a sua vida procurando amor fora delas. Elas acham que têm de segurá-lo antes de tê-lo. O amor escorrega como aquele sabonete.
Segurar o amor não é errado, você tem de saber segurá-lo, você tem de segurá-lo carinhosamente, e delicadamente. Deixe-o voar quando ele quiser. Quando pode ser solto, o amor é o que faz a vida ser viva, animada e nova.
É o combustível e a energia que motiva minha música, minha dança, tudo. Enquanto o amor estiver no meu coração, ele estará em todo lugar.
As Crianças do Mundo
Nós temos que escutar nosso mundo machucado.
O caos, o desespero e a destruição impensada são o resultado da alienação que as pessoas sentem de outras pessoas e do meio ambiente.
Muitas vezes essa alienação tem suas raízes em uma criança que foi privada de emoções.
As crianças tiveram sua infância roubada. A mente de uma criança precisa ser alimentada com mistério, magia, maravilha e diversão.
Eu quero que o meu trabalho ajude as pessoas a redescobrir a criança que está nelas.
Como eu Faço Música
As pessoas me perguntam como eu faço música. Eu digo a elas que eu simplesmente entro na música.
É como entrar num rio e se juntar à correnteza. Todo momento no rio tem sua música. Então eu fico no momento e ouço.
O que eu ouço nunca é o mesmo.
Uma caminhada num bosque faz uma música calma e bonita: folhas se movem, passarinhos cantam e esquilos conversam, galhos se quebram embaixo dos meus pés e a pulsação do meu coração une tudo.
Quando você se junta à correnteza a música está dentro e fora de você, e ambas são iguais.
Enquanto eu puder ouvir o movimento, eu terei música.
Planeta Terra
Planeta Terra, minha casa, meu lugar,
Uma anomalia caprichosa no mar do espaço
Planeta Terra, você está só
Flutuando ao lado de uma nuvem de pó
Um pequeno globo prestes a explodir
Um pedaço de metal condenado a enferrujar
Um pontinho de matéria em um espaço insensato
Uma nave espacial, um grande asteróide
Fria como uma rocha e sem cor
Presa por um pouco de cola
Algo me diz que isso não é verdade
Você é a minha querida, macia e azul
Você se importa, você tem uma parte
Nas emoções mais profundas de meu coração
Carinhosa com brisas, acariciadora e completa
Viva com música, assombrando minha alma.
Em minhas veias eu senti o mistério
De corredores de tempo, livros de história
Músicas velhas sobre a vida pulsando em meu sangue
Dançaram o ritmo das marés e das enchentes,
Suas nuvens nevoentas, sua tempestade elétrica
Foram tempestades turbulentas em minha própria forma
Eu lambi o sal, o amargo, o doce
De todo encontro, de paixão, de calor,
Sua cor luxuriante, sua fragrância, seu gosto
Emocionaram meus sentimentos muito rápido
Na sua beleza eu soube como
De satisfação eterna, este momento de agora.
Planeta Terra, carinhosa e azul
Com todo o meu coração, eu amo você.
O Menino e o Travesseiro
Um pai sábio quis ensinar a seu novo filho uma lição. “Aqui está um travesseiro costurado em brocado de seda e recheado com as penas do ganso mais raro existente na terra”, ele disse. “Vá para a cidade e veja o que ele renderá”.
Primeiramente, o menino foi ao mercado, onde ele viu um comerciante de pena rico. “O que você me dará por este travesseiro?”, ele perguntou. O comerciante estreitou seus olhos. “Eu lhe darei cinqüenta moedas de ouro antigas, porque eu vejo que este é um tesouro raro de fato”.
O menino o agradeceu e continuou. Em seguida, ele viu a esposa de um fazendeiro vendendo de porta em porta vegetais na beira da estrada. “O que você me dará por este travesseiro?”, ele perguntou. Ela o sentiu e exclamou, “Quão macio ele é! Eu lhe darei uma peça de prata, porque eu desejo colocar minha cabeça cansada sobre tal travesseiro”.
O menino a agradeceu e continuou a andar. Finalmente, ele viu uma menina nova camponesa lavar os degraus de uma igreja. “O que você me dará por este travesseiro?”, ele perguntou. Olhando-o com um sorriso estranho, ela respondeu, “eu lhe darei uma moeda de um centavo, porque eu posso ver que seu travesseiro é duro comparado a estas pedras”. Sem hesitação, o menino colocou o travesseiro nos pés dela.
Quando ele voltou para casa, ele disse a seu pai, “Eu consegui o melhor pelo seu travesseiro”. E ele levou para fora a moeda de um centavo.
“O quê?”, seu pai exclamou. “Aquele travesseiro valia cem moedas de ouro antigas, pelo menos”.
“Aquilo é o que um comerciante rico viu”, o menino disse, “mas sendo ganancioso, ele me ofereceu cinqüenta. Eu recebi uma oferta melhor do que aquela. A esposa de um fazendeiro me ofereceu uma peça de prata”.
“Você está louco?”, seu pai disse. “Quando uma peça de prata vale mais do que cinqüenta moedas de ouro antigas?”. “Quando ela é oferecida por amor”, o menino respondeu. “Se ela tivesse me dado mais, ela não teria sido capaz de alimentar suas crianças. Contudo, eu recebi uma oferta melhor do que aquela. Eu vi uma menina camponesa lavando os degraus de uma igreja que me ofereceu esta moeda de um centavo”.
“Você perdeu seu juízo completamente”, seu pai disse, agitando sua cabeça. “Quando uma moeda de um centavo vale mais do que uma peça de prata?”.
“Quando ela é oferecida por devoção”, o menino respondeu. “Porque ela estava trabalhando para seu Senhor, e os degraus da casa Dele pareceram mais macios do que qualquer travesseiro. Mais pobre do que a mais pobre, ela ainda teve tempo para Deus. E aquela é a razão pela qual eu lhe ofereci o travesseiro”.
Diante disto, o pai sábio sorriu e abraçou seu filho, e com uma lágrima em seu olho ele murmurou, “Você aprendeu bem”.
Libertando-se
Toda esta histeria, toda esta comoção
Tempo, espaço, energia são simplesmente uma noção
O que nós conceptualizamos nós criamos
Todos aqueles amados, todos aqueles odiados
Onde está o início, onde está o fim
Flecha do tempo, tão difícil de virar
Aquelas promessas quebradas, o que elas significaram
Aquelas cartas de amor, nunca enviadas.
Coragem
É curioso o que exige coragem e o que não.
Quando eu saio para o palco na frente de milhares de pessoas, eu não sinto que eu estou sendo valente. Pode requerer muito mais coragem expressar verdadeiros sentimentos a uma pessoa.
Quando eu penso em coragem, eu penso no Leão Covarde no Mágico de Oz. Ele estava sempre fugindo do perigo. Ele freqüentemente chorava e tremia com medo. Mas ele estava também compartilhando seus reais sentimentos com aqueles que ele amava, embora ele não gostasse sempre daqueles sentimentos. Aquilo exige real coragem, a coragem de ser íntimo.
Expressar seus sentimentos não é o mesmo que desfazer na frente de alguma outra pessoa, é ser tolerante e verdadeiro para com seu coração, o que quer que ele possa dizer.
Quando você tem a coragem de ser íntimo, você sabe quem você é, e você está disposto a deixar outros verem aquilo.
É assustador, porque você se sente tão vulnerável, tão aberto à rejeição. Mas sem auto-aceitação, o outro tipo de coragem, o tipo que os heróis mostram em filmes, parece vazio.
Apesar dos riscos, a coragem de ser honesto e íntimo abre o caminho para a autodescoberta.
Oferece o que nós todos queremos, a promessa do amor.
Dança da Vida
Eu não posso escapar da lua. Seus feixes macios afastam as cortinas à noite. Eu nem preciso vê-la pois uma energia azul fresca cai sobre minha cama e eu me levanto.
Eu corro pelo salão escuro abaixo e abro a porta, não para deixar a casa, mas para voltar para dentro dela. “Lua, como está?”. Eu grito.
“Bem”, ela responde. “Agora dê-nos um pouco de dança”.
Mas meu corpo tem começado a se mover muito tempo antes de ela dizer qualquer coisa. Quando começou? Eu não posso me lembrar pois meu corpo tem sempre estado se movendo.
Desde a infância eu tenho reagido à lua desta maneira, como seu lunático favorito, e não apenas dela.
As estrelas aproximam-se de mim, perto o suficiente de maneira que eu vejo através de seu ato de brilhar. Elas estão dançando, também, fazendo um suave balançar de moléculas que faz meus átomos de carbono pularem a tempo.
Com meus braços estendidos, eu dirijo-me para o mar, que revela uma outra dança em mim. A dança da lua é lenta no interior, e suave como sombras azuis no gramado.
Quando o choque das ondas estrala, eu ouço o coração da terra, e o ritmo se inicia. Eu sinto os golfinhos saltarem na espuma branca, tentando voar, e quase voando quando as ondas ondulam altamente aos céus. Suas caudas deixam arcos de luz como o plâncton brilha nas ondas. Um grupo de peixes muito pequenos se levanta, brilhando subitamente prateados no luar como uma nova constelação.
“Ah!” o mar diz, “Agora nós estamos reunindo uma multidão”.
Eu corro ao longo da praia, apanhando ondas com um pé e esquivando-se delas com o outro. Eu ouço sons dos estalos fracos de cem caranguejos na areia. Em pânico eles estão abaixando-se rapidamente dentro de seus buracos, apenas no caso de alguma coisa acontecer.
Mas eu estou correndo agora, algumas vezes sobre meus dedos do pé, algumas vezes correndo em alta velocidade.
Eu jogo minha cabeça para trás e uma nebulosa que rodopia diz, “Rápido agora, gire!”.
Sorrindo, abaixando rapidamente minha cabeça para manter o equilíbrio, eu começo a girar tão descontroladamente quanto eu posso.
Esta é minha dança favorita, porque ela contém um segredo. Quanto mais eu giro, mais eu me sinto em mim mesmo.
Minha dança é toda isenta de movimento, cheia de silêncio. Tanto quanto eu amo fazer música, dançar é a música inaudita que nunca morre. E o silêncio é minha real dança, embora ele nunca se mova. Ele fica de lado, meu coreógrafo da graça, e abençoa cada dedo das mãos e cada dedo dos pés.
Eu tenho-me esquecido da lua agora e do mar e dos golfinhos, mas eu estou em sua alegria mais do que nunca. Tão distante quanto uma estrela, tão próximo quanto um grão de areia, a presença se eleva, reluzindo suavemente com sua luz. Eu poderia ficar nela para sempre, ela é tão amorosa e calorosa.
Mas toque-a uma vez, e a luz se lança para a direção da calma. Ela me estremece e me excita, e eu sei que meu destino é mostrar aos outros que este silêncio, esta luz, esta bênção é minha dança. Eu tomo este presente apenas para dá-lo novamente.
“Rápido, dê!”, diz a luz.
Como nunca antes, eu tento obedecer, inventando novos passos, novos gestos de alegria. De repente eu pressinto onde eu estou, correndo de volta para a colina.
A luz em meu quarto está ligada. Vê-la traz-me de volta. Eu começo a sentir meu coração batendo com força, o cansaço em meus braços, o sangue quente em minhas pernas. Minhas células querem dançar mais lentamente.
“Nós podemos andar um pouco?” elas pedem. “Tem ficado um pouco sem controle”.
“Certo”. Eu rio, diminuindo a velocidade a um fácil caminhar sem pressa.
Eu giro a maçaneta da porta, ofegando levemente, contente de estar cansado. Engatinhando de volta para a cama, eu me lembro de algo sobre o qual eu sempre me pergunto a mim mesmo.
Dizem que algumas das estrelas que nós vemos no alto não estão realmente lá. Sua luz leva milhões de anos para nos alcançar, e tudo que nós estamos fazendo é olhar para o passado, em um momento passado em que aquelas estrelas poderiam ainda brilhar.
“Assim o que faz uma estrela depois que ela pára de brilhar?”. Eu pergunto a mim mesmo. “Talvez ela morra”.
“Oh, não”, uma voz em minha cabeça diz.
“Uma estrela nunca morre. Ela apenas se transforma em um sorriso e se funde de volta na música cósmica, a dança da vida”.
Eu gosto desse pensamento, o último que eu tive antes de meus olhos se fecharem.
Com um sorriso, eu mesmo me fundo de volta na música.
O Suficiente por Hoje
Ensaios de dança podem continuar após a meia-noite, mas desta vez eu parei às dez.
“Eu espero que você não se incomode”, eu disse, olhando acima do espaço, “mas é o bastante por hoje”.
Uma voz do quarto de controle falou. “Você está bem?”.
“Um pouco cansado, eu acho”, eu disse.
Eu me enfiei em um blusão e atravessei a sala. Passos apressados surgiram atrás de mim. Eu estava bastante seguro quanto a quem eles pertenciam.
“Eu conheço você muito bem”, ela disse, alcançando-me. “O que está realmente errado?”.
Eu hesitei. “Bem, eu não sei como isto soa, mas eu vi uma fotografia hoje nos jornais. Um golfinho tinha se afogado em uma rede de pesca. Da maneira que seu corpo estava enredado nas linhas, você poderia ler tanta agonia. Seus olhos estavam vagos, contudo havia ainda aquele sorriso, aquele que os golfinhos nunca perdem, mesmo quando eles morrem...”. Minha voz esvaeceu.
Ela pôs sua mão levemente na minha. “Eu sei, eu sei”.
“Não, você não sabe tudo a respeito disso ainda. Não é que eu simplesmente me senti triste, nem que tive de enfrentar o fato de que um ser inocente tinha morrido. Golfinhos amam dançar, de todas as criaturas no mar, aquela é sua marca. Não pedindo coisa alguma de nós, eles curveteiam nas ondas enquanto nós nos maravilhamos. Eles correm à frente de navios, não para chegar lá primeiro, mas para nos contar, ‘isto tudo é feito para jogar. Mantenha-se em seu curso, mas dance enquanto você o fizer’. Assim lá eu estava, no meio do ensaio, e eu pensei, ‘eles estão matando uma dança’. E então pareceu que a única coisa certa seria parar. Eu não posso impedir a dança de ser morta, mas pelo menos eu posso pausar na memória, como um dançarino para outro. Isso faz algum sentido?”.
Os olhos dela ficaram cheios de ternura. “Certo, em sua maneira. Provavelmente nós esperaremos anos antes que todos concordem sobre como resolver esta questão. Tantos interesses estão envolvidos. Mas é muito frustrante esperar por melhorias amanhã. Seu coração quis exprimir sua opinião agora”.
“Sim”, eu disse, abrindo a porta para ela. “Eu justamente tive este sentimento, e aquilo é o suficiente por hoje”.
Deus
É estranho que Deus não trate de se expressar em todas as religiões do mundo, enquanto pessoas ainda agarram-se à noção de que a maneira delas é a única maneira certa. O que quer que você tente dizer a respeito de Deus, alguém se ofenderá, mesmo se você diga que o amor de cada um por Deus é correto para eles.
Para mim a forma que Deus tem não é a coisa mais importante. O que é o mais importante é a essência. Minhas canções e danças são esboços para Ele entrar e preencher. Eu estendo a forma. Ela introduz a doçura.
Eu tenho olhado acima no céu da noite e visto as estrelas tão intimamente próximas, foi como se minha avó as tivesse feito para mim.
“Quão rico, quão suntuoso”, eu pensei.
Naquele momento eu vi Deus em Sua criação. Eu poderia tão facilmente tê-la visto na beleza de um arco-íris, na graça de um cervo pulando por um prado, na verdade do beijo de um pai.
Mas para mim o contato mais doce com Deus não tem forma. Eu fecho meus olhos, olho dentro de mim e incorporo um profundo silêncio suave.
A infinidade da criação de Deus me abraça.
Nós somos um.
O Céu é Aqui
Você e eu nunca estivemos separados
É simplesmente uma ilusão
Forjada pelas lentes mágicas da
Percepção
Existe apenas uma Completude
Apenas uma Mente
Nós somos como ondulações leves
No vasto Oceano da Consciência
Venha, vamos dançar
A Dança da Criação
Vamos celebrar
A Alegria da Vida
Os pássaros, as abelhas
As galáxias infinitas
Rios, Montanhas
Nuvens e Vales
Todos são um padrão pulsante
Vivendo, respirando
Vivos com energia cósmica
Cheios de Vida, de Alegria
Este Meu Universo
Não tenha medo de
Saber quem você é
Você é muito mais
Do que você já imaginou
Você é o Sol
Você é a Lua
Você é a flor silvestre em desenvolvimento
Você é a vibração da Vida
Que pulsa, dança
De um grão de pó
Até a estrela mais distante
E você e eu
Nunca estivemos separados
É simplesmente uma ilusão
Forjada pelas mágicas lentes da
Percepção
Vamos celebrar
A Alegria da Vida
Vamos dançar
A Dança da Criação
Curvando-se de volta dentro de nós mesmos
Nós criamos
Novamente e novamente
Ciclos infinitos vêm e vão
Nós nos regozijamos
Na infinitude do Tempo
Nunca houve um Tempo
Quando eu não era
Ou você não era
Nunca haverá um Tempo
Em que nós deixaremos de ser
Infinito Sem Limites
No Oceano da Consciência
Nós somos como ondulações leves
No Oceano da Beatitude
Você e eu nunca estivemos separados
É simplesmente uma ilusão
Forjada pelas mágicas lentes da
Percepção
O Céu é Aqui
Exatamente agora é o momento
da Eternidade
Não se engane
Recupere sua Felicidade
Uma vez você estava perdido
Mas agora você está em casa
Em um Universo vizinho
Não existe parte alguma para ir
Daqui para cá
É o Infinito
Oceano da Consciência
Nós somos como ondulações leves
No Oceano da Beatitude
Venha, vamos dançar
Na Dança da Criação
Vamos celebrar
A Alegria da Vida
E
Você e eu nunca estivemos separados
É simplesmente uma ilusão
Forjada pelas mágicas lentes da
Percepção
Céu é Aqui
Exatamente agora, este momento da Eternidade
Não se engane
Recupere sua Felicidade
Eu Procurei Pela Minha Estrela
Quando eu era pequeno, eu costumava deitar minhas costas na grama à noite. Eu começava a contar de uma estrela a outra e desejava que uma delas pudesse ser minha, como um amigo imaginário.
Primeiramente eu escolhi a Estrela Polar, porque ela é a mais fácil para uma criança encontrar, desde que você saiba que a Ursa Maior está a ponto de apanhá-la. Mas eu queria que minha estrela fosse uma estrela em movimento, e não uma tal estrela imóvel. Além disso, os marinheiros no mar ficariam perdidos sem a Estrela Polar para guiá-los.
A seguir eu escolhi duas estrelas especiais no coração da constelação Cisne. Todas as outras estrelas pareciam brancas - mas estas eram azuis e de ouro brilhantes. Elas me lembravam jóias gêmeas, mas antes que eu pudesse escolher, eu parei. Elas pertenciam uma a outra, e não seria justo pegar apenas uma.
O cinto de Orion atraiu meu olho por um momento, mas eu não sou um caçador. É melhor eu deixar a Estrela do Cão Sírio sozinha, também, com seu nariz pressionado ao rastro celestial e seu rabo batendo o céu.
No fim de tudo eu virei para minhas favoritas, as Sete Irmãs. Para mim elas eram como elegantes senhoras ficando prontas para um baile, envolvidas em uma nuvem azul delicada e muito leve. Mas quem tem o coração para separar sete irmãs?
Meu jogo me ensinou muito sobre o céu da noite, mas eu estava crescendo. A idéia inteira de ter minha própria estrela desvaneceu-se, e foi difícil recordar se eu tinha já escolhido uma no final. Pessoas começaram a me contar que a palavra “estrela” significava algo completamente diferente.
Eu em parte acreditei nelas, então em uma noite eu estava me debatendo na cama, magoado e preocupado. Meu coração se sentiu pesado com problemas. Tropeçando a meus pés, eu olhei para fora da janela. Nuvens espessas mascararam o céu da meia-noite. Nenhuma estrela!
Eu tremi ao pensar em um mundo sem estrelas. Nenhum guia para o marinheiro confiar no mar, nenhuma jóia para deslumbrar nosso sentido de beleza, nenhum caçador apontando para o próximo horizonte, nenhuma senhora encantadora arrastando perfume para o salão do baile do céu.
Mas ao redor de todo o globo, o ar é tão sujo e as luzes das cidades são tão brilhantes que, para algumas pessoas, poucas estrelas podem ser vistas ainda. Uma geração de crianças pode crescer vendo um céu em branco e perguntando, “costumavam existir estrelas lá?”.
Vamos dar-lhes de volta o céu e vamos fazê-lo agora - antes que seja muito tarde. Eu vou procurar por minha estrela até que eu a encontre. Ela está escondida na gaveta da inocência, envolvida em um cachecol da maravilha. Eu precisarei de um mapa para me contar qual buraco ela deve encher, e aquele será um buraco pequeno.
Mas há quase cinco bilhões de nós na terra, e nós todos precisamos do céu. Encontre sua estrela e a jogue para cima até o céu.
Você ainda a tem, não tem?
Eu Você Nós
Eu disse que você tinha que fazer isso. Você disse que você não queria. Nós conversamos a respeito disso, e nós concordamos que talvez eu poderia ajudar.
Eu disse que você estava errado. Você insistiu que você estava certo. Nós seguramos a mão um do outro, e o certo e o errado desapareceram.
Eu comecei a chorar. Você começou a chorar, também. Nós nos abraçamos, e entre nós cresceu uma flor da paz.
Como eu amo este mistério chamado Nós! De onde Nós vem? de lugar nenhum ou coisa nenhuma, como se por mágica? Eu pensei a respeito deste mistério, e eu percebi algo: Nós deve ser a criança favorita do amor, porque até que eu alcance você, Nós não está ainda lá. Nós chega nas asas da ternura, Nós fala através de nossa compreensão silenciosa.
Quando eu rio comigo mesmo, Nós sorri. Quando eu perdôo você, Nós dança em júbilo.
Assim Nós não é mais uma escolha, não se você e eu queremos crescer um com o outro.
Nós nos une, aumenta nossa força; Nós apanha nosso fardo quando você e eu estamos prontos a deixá-lo cair.
A verdade é que você e eu teríamos desistido há muito tempo, mas Nós não nos deixará. Nós é muito sábio. “Olhe dentro de seus corações”, Nós diz. “O que vocês vêem? Não é você e eu, mas somente Nós”.
Olhe Novamente, Bebê Foca
Uma das fotografias mais tocantes da natureza é a de uma foca que se encontra no gelo sozinho. Eu estou certo de que você a viu - o retrato parece ser todos olhos, os olhos escuros confiantes de um pequeno animal olhando fixamente acima para a câmera e para dentro de seu coração.
Quando eu primeiramente os olhei, os olhos perguntaram, “Você vai me ferir?”. Eu sabia que a resposta era sim, porque milhares de bebês focas estavam sendo mortos a cada ano.
Muitas pessoas foram tocadas pela impotência de um bebê foca. Eles deram dinheiro para salvar as focas, e a consciência pública começou a mudar. Quando eu retornei ao retrato, aqueles dois largos olhos começaram a dizer algo diferente. Agora eles perguntaram, “Você me conhece?”.
Desta vez eu não senti tanta dor no coração como quando eu senti a violência que o homem inflige em cima dos animais. Mas eu percebi que havia ainda uma grande lacuna.
Quanto eu realmente sabia sobre a vida na terra? Que responsabilidade eu sentia pelas criaturas fora de meu pequeno espaço? Como poderia eu conduzir minha vida de maneira que cada célula de matéria viva fosse também beneficiada?
Cada um que começou a se perguntar a si mesmo sobre estas coisas encontrou, eu penso, que seus sentimentos estavam se deslocando longe do medo na direção de mais proximidade com a vida como um todo.
A beleza e a maravilha da vida começaram a parecerem muito pessoais; a possibilidade de fazer do planeta um jardim para todos nós crescermos começou a amanhecer. Eu olhei dentro dos olhos do bebê foca, e pela primeira vez eles sorriram. “Obrigado”, eles disseram. “Você me deu esperança”.
Aquilo é suficiente? Esperança é uma palavra tão bonita, mas ela freqüentemente parece muito frágil. A vida está ainda sendo inutilmente ferida e destruída. A imagem de um bebê foca sozinho no gelo ou de um bebê menina deixada órfã na guerra é ainda assustadora em sua impotência.
Eu percebi que nada finalmente salvaria a vida na terra exceto a confiança na vida ela própria, em seu poder de curar, em sua habilidade de sobreviver a nossos erros e de nos dar boas-vindas de volta quando nós aprendemos a corrigir aqueles erros.
Com estes pensamentos em meu coração, eu olhei o retrato outra vez. Os olhos da foca pareceram muito mais profundos agora, e eu vi algo neles de que eu tinha sentido a falta antes: força indominável. “Você não me feriu”, eles disseram. “Eu não sou um bebê sozinho. Eu sou a vida, e a vida nunca pode ser morta. É o poder que me trouxe adiante do vazio do espaço; importou-se comigo e nutriu minha existência contra todos os perigos. Eu estou seguro porque eu sou aquele poder. E assim é você. Fique comigo, e vamos sentir o poder da vida juntos, como uma criatura aqui na terra”.
Bebê foca, perdoe-nos. Olhe-nos repetidas vezes para ver como nós estamos indo. Aqueles homens que levantam seus clubes sobre você são também pais e irmãos e filhos. Eles têm amado e se importado com outros. Um dia eles estenderão aquele amor a você. Esteja certo disso e confie.
Magia
Minha idéia de magia não está muito relacionada com truques e ilusões de palco. O mundo inteiro abunda em magia. Quando uma baleia mergulha fora do mar como uma montanha recém-nascida, você fica sem ar em encanto inesperado. Que mágico!
Mas uma criança que está aprendendo a andar e que vê seu primeiro girino surgindo inesperadamente em uma poça da lama sente a mesma emoção. A maravilha enche seu coração, porque ele vislumbrou por um instante a diversão da vida.
Quando eu vejo as nuvens correrem rápida e repentinamente de um pico coberto pela neve, eu sinto como aclamando, “Bravo!”. A Natureza, o melhor de todos os mágicos, entregou uma outra emoção. Ela expôs a ilusão real, nossa inabilidade de sermos assombrados por suas maravilhas.
A cada vez que o Sol se levanta, a Natureza está repetindo um comando: “Veja!”. Sua magia é infinitamente pródiga, e em retorno tudo o que nós temos que fazer é apreciá-la.
Que grande prazer a Natureza deve sentir quando ela compõe estrelas de gás circular e de espaço vazio. Ela as arremessa como lantejoulas de uma capa de veludo, um bilhão de razões para que nós despertemos em pura alegria.
Quando nós abrimos nossos corações e apreciamos tudo o que ela nos deu, a Natureza encontra sua recompensa. O som do aplauso rola através do universo, e ela se curva.
Marca dos Anciões
Ele tinha vivido no deserto toda sua vida, mas para mim era tudo novo.
“Vê aquela pegada na areia?” ele perguntou, apontando para um ponto perto do penhasco.
Eu olhei tão perto quanto eu pude. “Não, eu não vejo coisa alguma”.
“Aquele é exatamente o ponto”. Ele riu. “Onde você não pode ver uma marca, aquele é o lugar aonde os Anciões andaram”.
Nós continuamos um pouco mais longe, e ele apontou para uma abertura, alto em cima na parede de arenito. “Vê aquela casa lá em acima?” ele perguntou.
Eu franzi os olhos duramente. “Não há coisa alguma para ver”.
“Você é um bom estudante”. Ele sorriu. “Onde não há telhado ou chaminé, aquele é o lugar onde é mais provável de os Anciões terem vivido”.
Nós viramos uma curva, e diante de nós estava estendida uma vista fabulosa, milhares em cima de milhares de flores do deserto desabrochando.
“Você pode ver alguma coisa faltando?” ele me perguntou.
Eu sacudi minha cabeça. “É simplesmente onda após onda de encanto”.
“Sim”, ele disse em uma voz baixa. “Onde nada falta, aquele é o lugar onde os Anciões colheram a maioria”.
Eu pensei acerca de tudo isto, sobre como gerações tinham uma vez vivido em harmonia com a terra, não deixando sinais para marcar os lugares que eles habitaram. No acampamento aquela noite eu disse, “Você omitiu uma coisa”.
“O que é?” ele perguntou.
“Onde os Anciões estão enterrados?”.
Sem resposta, ele espetou sua vara dentro do fogo. Uma flama brilhante cresceu a olhos vistos, bateu o ar, e desapareceu. Meu professor me deu um olhar de relance para perguntar se eu compreendi esta lição.
Eu me sentei muito quieto, e meu silêncio lhe disse que eu compreendi.
Aquele Homem no Espelho
Eu quis mudar o mundo, assim que eu me levantei uma manhã e me olhei no espelho. Aquele homem olhando de volta disse, “Não resta muito tempo. A terra está sofrida com dor. As crianças estão morrendo de fome. As nações permanecem divididas pela desconfiança e ódio. Em toda parte o ar e a água foram sujos quase além da ajuda. Faça algo!”.
Aquele homem no espelho se sentiu muito zangado e desesperado. Tudo pareceu uma desordem, uma tragédia, um desastre. Eu decidi que ele deveria estar certo. Afinal eu também não me senti terrível sobre estas coisas, assim como ele? O planeta estava sendo esgotado e jogado fora. Imaginar a vida terrestre destruída em apenas uma geração me fez sentir pânico.
Não foi difícil encontrar as boas pessoas que queriam resolver os problemas da terra. Enquanto eu ouvia suas soluções, eu pensei, “Há muita boa vontade aqui, tanta preocupação”.
À noite antes de ir para a cama, aquele homem no espelho olhou de volta para mim seriamente, “Agora nós chegaremos em algum lugar”, ele declarou. “Se todos fizerem sua parte”.
Mas não foram todos que fizeram sua parte. Alguns fizeram, mas eles foram parando a marcha. Estavam deixando a dor, a fome, o ódio, e a poluição quase a serem resolvidos?
Desejar não traria a solução - disso eu sabia.
Quando eu acordei na manhã seguinte, aquele homem no espelho olhou confuso. “Talvez não haja esperança”, ele sussurrou. Então um olhar astuto entrou em seus olhos, e ele encolheu os ombros. “Mas você e eu sobreviveremos. Pelo menos nós estamos fazendo tudo certo”.
Eu me senti estranho quando ele disse aquilo. Havia algo muito errado aqui. Uma fraca suspeita veio a mim, uma que nunca tinha sido percebida tão claramente antes. E se aquele homem no espelho não fosse eu? Ele se sente isolado. Ele vê problemas “lá fora” para serem resolvidos. Talvez eles serão, talvez eles não serão. Ele se manterá assim. Mas eu não sinto daquela maneira - aqueles problemas não estão “lá fora”, não realmente. Eu os sinto dentro de mim.
Uma criança chorando na Etiópia, uma gaivota marinha lutando em vão em um derramamento de óleo, um gorila da montanha sendo impiedosamente caçado, um soldado jovem adolescente tremendo com terror quando ele ouve os aviões decolarem: Não estão estas coisas acontecendo em mim quando eu vejo e ouço a respeito delas?
Na próxima vez que eu olhei no espelho, aquele homem olhando de volta havia começado a desvanecer. Era somente uma imagem depois de tudo. Mostrou-me uma pessoa solitária fechada em um pacote bem arrumado de pele e ossos.
“Eu pensei alguma vez que você era eu?” Eu comecei a me perguntar. Eu não sou assim, isolado e com medo. A dor da vida me toca, mas a alegria da vida é tão mais forte. E ela sozinha curará. A vida é a curadora da vida, e o mais que eu posso fazer pela terra é ser sua amorosa criança.
Aquele homem no espelho se contraiu e se contorceu. Ele não havia pensado tanto sobre o amor. Ver “problemas” era muito mais fácil, porque o amor significa completa auto-honestidade. "Ai!"
“Oh, amigo”, eu lhe sussurrei, “Você acha que alguma coisa pode resolver problemas sem amor?”.
Aquele homem no espelho não estava seguro. Estando sozinho por tanto tempo, não confiando em outros e sendo confiado por outros, tendeu a separar a realidade da vida. “O amor é mais real do que a dor?” ele perguntou.
“Eu não posso prometer que seja. Mas ele podia ser. Vamos descobrir”, eu disse.
Eu toquei o espelho com um sorriso aberto. “Não vamos ficar sozinhos outra vez. Você será meu parceiro? Eu ouço uma dança iniciar. Venha”.
Aquele homem no espelho sorriu timidamente. Ele estava percebendo que nós poderíamos ser os melhores amigos. Nós poderíamos ser mais calmos, mais amorosos, mais honestos um com o outro a cada dia.
Aquilo mudaria o mundo? Eu penso que mudará, porque a Mãe Terra quer que sejamos felizes e a amemos enquanto nós cuidamos de suas necessidades. Ela necessita de pessoas destemidas a seu lado, cuja coragem vem de ser parte dela, como um bebê que é valente o suficiente para andar porque a Mãe está estendendo seus braços para agarrá-lo.
Quando aquele homem no espelho está cheio de amor para mim e para ele, não há espaço algum para o medo. Quando nós estávamos com medo e em pânico, nós paramos de amar esta vida nossa e esta terra. Nós nos desconectamos.
No entanto como alguém pode se apressar para ajudar a terra se eles se sentem desconectados? Talvez a terra esteja nos dizendo o que ela quer e, não ouvindo, nós recorremos a nosso próprio medo e pânico.
Uma coisa eu sei: Eu nunca me sinto sozinho quando eu sou a criança da terra.
Eu não tenho que me agarrar a minha sobrevivência pessoal contanto que eu perceba, dia após dia, que toda a vida está em mim.
As crianças e a sua dor; as crianças e a sua alegria.
A ondulação do oceano sob o sol; o choro do oceano com o óleo negro.
Os animais caçados no medo; os animais explodindo com a mera alegria de estarem vivos.
Este sentimento de “O mundo em mim” é como eu sempre quero sentir.
Aquele homem no espelho tem suas dúvidas às vezes. Assim eu sou terno com ele.
Toda manhã eu toco o espelho e sussurro, “Oh, amigo, eu ouço uma dança. Você será meu parceiro? Venha”.
Confiança
Enquanto eu estava alimentando esquilos no parque, eu observei um pequeno que não parecia confiar em mim. Enquanto os outros vinham perto o suficiente para comerem da minha mão, ele mantinha sua distância.
Eu joguei um amendoim em sua direção. Ele avançou pouco a pouco, agarrou-o nervosamente, e fugiu.
Na vez seguinte ele deve ter ficado com menos medo, porque ele veio um pouco mais próximo. Quanto mais seguro ele se sentia, mais ele confiava em mim.
Finalmente ele se sentou bem em meus pés, tão ousado quanto qualquer esquilo clamando pelo próximo amendoim.
A confiança é semelhante àquilo, ela sempre parece ser explicada como confiar em si mesmo. Os outros não podem superar o medo para você; você tem que fazê-lo sozinho. É difícil, porque o medo e a dúvida se seguram firmemente.
Nós temos medo de sermos rejeitados, de sermos magoados uma vez mais. Assim nós mantemos uma distância segura. Nós pensamos que se nos separarmos dos outros estaremos seguros, mas aquilo tampouco funciona. Nos faz sentir sozinhos e não amados.
Confiar em si mesmo começa ao se reconhecer que está certo ter medo. Ter medo não é o problema, porque todo mundo se sente ansioso e inseguro às vezes. O problema está em não ser honesto o suficiente para admitir o seu medo.
Sempre que eu aceito a minha própria dúvida e insegurança, eu fico mais aberto às outras pessoas. Quanto mais profundamente eu entro em mim mesmo, mais forte eu me torno, porque eu percebo que o meu real eu é muito maior do que qualquer medo.
Ao aceitar a si mesmo completamente, a confiança se torna completa. Não existe mais qualquer separação entre as pessoas, porque não existe mais qualquer separação no interior.
No espaço onde o medo costumava viver, ao amor é permitido crescer.
Dois Pássaros
É difícil dizer - lhes o que eu sinto por você. Eles nunca jamais o conheceram, e ninguém tem sua fotografia. Assim, como eles podem alguma vez compreender seu mistério? Vamos dar - lhes uma pista:
Dois pássaros se sentam em uma árvore. Um come cerejas, enquanto o outro assiste. Dois pássaros voam pelo ar. A canção de um deles cai como cristal do céu, enquanto o outro se mantém em silêncio. Dois pássaros voam em círculo com o sol ao fundo. Um reflete a luz em suas penas prateadas, enquanto o outro estende asas de invisibilidade.
A menos que eles já conheçam um amor que nunca interfere, que observem do além, que respirem livres no ar invisível. Doce pássaro, minha alma, seu silêncio é tão precioso. Quanto tempo será necessário antes que o mundo ouça sua canção em mim?
Oh, aquele é o dia pelo qual eu anseio!
Criança Mágica - Parte 1
Era uma vez uma criança e ela era livre
No fundo ela sentia o riso
A hilaridade e brincadeira da alegria da natureza
Ela não estava perturbada por pensamentos da vida futura
Beleza, amor era tudo o que ela veria
Ela sabia que seu poder era o poder de Deus
Ela estava tão segura, eles a consideravam estranha
Este poder de inocência, de compaixão, de luz
Ameaçava os sacerdotes e criava um medo
Em maneiras intermináveis eles procuravam desmantelar
Esta força misteriosa com que eles não podiam lidar
Em maneiras intermináveis eles tentavam destruir
Sua simples confiança, sua alegria sem limites
Sua invencível armadura era um escudo de felicidade
Nada poderia tocá-lo, nenhum veneno, nenhum sibilo
A criança permanecia em um estado de graça
Ela não estava confinada no tempo ou lugar
Em sonhos com cores brilhantes, ela fazia travessuras e brincava
Enquanto desempenhava sua parte, na Eternidade ela ficava
Adivinhadores do futuro vinham e sortes eram contadas
Algumas eram veementes, outras eram ousadas
Em denunciarem esta criança, esta criatura desnorteadora
Com o resto do mundo ela não partilhava característica
Ela é real? Ela é tão estranha
Sua natureza imprevisível não conhece alcance algum
Ela nos intriga tanto, ela é franca?
Qual é seu destino? Qual é sua sorte?
E enquanto eles sussurravam e conspiravam
Através de rumores intermináveis para deixá-lo cansada
Para matar sua maravilha, prejudicá-la
Queimar sua coragem, atear seu medo
A criança permanecia exatamente simples, sincera
Tudo o que ela queria era a montanha alta
Colorir as nuvens, pintar o céu
Além destes limites, ela queria voar
No esquema da natureza, nunca morrer
Não impeça esta criança, ela é a mãe do homem
Não cruze seu caminho, ela é parte do plano
Eu sou aquela criança, mas você também é
Você apenas esqueceu, apenas perdeu a pista
Dentro de seu coração se situa um Vidente
Entre seus pensamentos, ele pode ouvir
Uma melodia simples, mas impressionantemente clara
A música da vida, tão preciosa, tão cara
Se você pudesse por um momento conhecer
Esta faísca da criação, esta requintada brasa
Você viria e dançaria comigo
Acenderia este fogo de maneira que nós pudéssemos ver
Todas as crianças da Terra
Criarem sua magia e darem novo nascimento
A um mundo de liberdade com nenhuma dor
Um mundo de alegria, muito mais sensato
No fundo, você sabe que é verdade
Apenas encontre aquela criança, ela está se escondendo em você.
Criança Mágica - Parte 2
A criança mágica uma vez sentiu uma dor aguda e súbita
Uma fraca recordação, uma memória desequilibrou
Nas cores, nas formas, no tom
Lá pareceu um mistério com uma pista sutil
Atrás do vento, da tempestade, do vento forte
Dentro da mortalha, além do véu
Escondida da visão em um padrão impressionante
Lá pareceu uma força que ela não poderia compreender
Sua música e cadência eram divertidas e doces
Ela dançava em êxtase para seu ritmo palpitante
Ela não se importava nem com o frio nem com o calor
Sobre a alta montanha estava seu majestoso assento
Estranhos vieram e desdenharam sua alegria
Com ridículo e brincadeira eles tentaram destruir
O que em suas mentes era um jogo habilidoso
Com dardos cruéis eles tentaram pilhar
Sufocar e estrangular sua inocente maravilha
Lutando muito, apesar do erro crasso deles
De muitas vezes roubar seu trovão
Apesar dos ataques deles, eles não poderiam quebrar
Com todos barbitúricos deles eles não poderiam tomar
O presente de amor de Deus, que eles não poderiam falsificar
Não sabendo de sua força ou do que ela empenhou-se em buscar
Eles acusaram em voz alta e a chamaram de esquisita
Mas a força misteriosa no mesmo momento manteve seu domínio
A criança mágica cresceu corajosa e segura de si
Mergulhando profundamente em sua alma
Em requintado êxtase ela descobriu seu papel
Em seu eu estava infinita extensão
Esta força misteriosa era a esperança do gênero humano
Compreendendo completamente aquela máscara da Vida
Dentro daquele silêncio além da visão de todos
Estava um campo com uma estória diferente
Um campo de poder, de glória admirável
Com outras crianças, se desdobrada
Sua onda gigantesca mudaria o mundo
A criança mágica estava pronta para se curvar
Semear a semente, apanhar o arado
Com facilidade e sem esforço, sem um suspiro
Sem uma lágrima, sem um choro
Com perfeição silenciosa
Sob a direção de Deus
Cantar junto como uma raça
Conter a maré, transformar este lugar
Crianças mágicas, não se preocupem em como
Não se atrasem, o momento é agora.
No Passado Estivemos Lá
Antes o começo, antes a violência
Antes a angústia do silêncio despedaçado
Mil desejos ardentes, nunca expressos
Ataques de pesar, brutalmente reprimidos
Mas eu escolhi romper e ser livre
Cortar aqueles laços, de modo que eu possa ver
Aqueles vínculos que me aprisionaram em memórias de dor
Aqueles juízos, interpretações que atravancaram minha cabeça
Aquelas feridas gravemente infectadas que persistiam foram embora
Em seu lugar uma nova vida amanheceu
Aquela criança solitária, ainda agarrando seu brinquedo
Chegou à sua paz, descobriu sua alegria
Onde o tempo não está, a imortalidade é clara
Onde o amor abunda, não há medo
A criança cresceu para inventar sua magia
Deixada para trás, sua vida de pesar, no passado tão trágica
Ele está agora, pronto para partilhar
Pronto para amar, pronto para se importar
Revelar seu coração, com nada para se abster
Junte-se a ele agora, se você tiver coragem.
Quando Bebês Sorriem
Quando sonhadores sonham e beijam seu amor
E arco-íris tecem e salpicam sua cor
Aqueles são momentos tão gloriosamente vivos
Nós decidimos finalmente, fazemos o mergulho
Na direção do abismo
Nós estamos suspensos por algum tempo
Aqueles são momentos em que bebês sorriem.
Aqueles são momentos em que o destino não está selado
Nada é impossível e nós estamos curados
Nós podemos nos elevar, nós podemos voar
Andar sobre o fogo, navegar no céu
Na luz de uma estrela brilhante
Não existe distância, nada é distante
Aqueles são momentos de astúcia inocente
No brilho
Nós estamos suspensos por algum tempo
Aqueles são momentos em que bebês sorriem.
Aqueles são momentos em que o coração está sensível
Em que paisagens marítimas cintilam em esplendor magnífico
Em que o riso do Paraíso reverbera a Terra
E nós somos renovados em um novo nascimento
Em uma Eternidade intemporal
Na fraternidade dos anjos
Nós brincamos animadamente e fazemos rolar
O pátio de recreio de nossa alma
No crepúsculo
Nós estamos suspensos por algum tempo
Aqueles são momentos em que bebês sorriem.
Aqueles são momentos (em que) nós somos únicos com Deus
Tudo está bem, nada é estranho
Em silenciosa reflexão
Nós sentimos nossa perfeição
Nós somos a fonte, nós somos a derivação
Nada pode nos ferir, porque nós somos invencíveis
Não existe pecado, não existe pecador
Nós podemos apenas vencer, nós temos sentido a luz trêmula
Na felicidade
Nós estamos flutuando por algum tempo
Aqueles são momentos em que bebês sorriem.
Reinos tombam, perdem sua classe
Civilizações se desmoronam, épocas passam
Tempestades turbulentas causam estragos aos mares
Massacres violentos, apesar de nossas súplicas
Mas gotas de orvalho brilham quando crianças brincam
Tiranos choram, não existe coisa alguma para matar
Fadas dançam e duendes cantam
Todos são coroados, todos são rei
No Jardim
Nós fazemos travessuras por algum tempo
Aqueles são momentos em que bebês sorriem.
Crianças do Mundo
Crianças do mundo, nós faremos isso
Nós nos encontraremos em praias intermináveis
Fazendo castelos de areia e (fazendo) flutuar nossos barcos
Enquanto pessoas lutam e defendem seus pontos de vista
Constantemente colocando sobre máscaras aquilo que é novo
Nós balançaremos o curso do tempo e faremos isso
Crianças do mundo, nós faremos isso
Com canção e dança e felicidade inocente
E a suave carícia de um terno beijo
Nós faremos isso.
Enquanto comerciantes negociam e disputam seus preços
E políticos tentam tão intensamente serem corretos
Nós nos encontraremos em praias intermináveis e (fazendo) flutuar nossos barcos
Nós faremos isso.
Enquanto advogados argumentam e médicos tratam
Corretores da Bolsa especificam o preço sobre a carne
Enquanto pastores pregam e tocam o sino
Políticos tentam serem eleitos em uma área onde não são conhecidos e não são bem-vindos com alguma coisa para negociar
Nós cantaremos e dançaremos em felicidade inocente
Com a suave carícia de um terno beijo
Nós faremos isso
Encontrando-nos em praias intermináveis
Fazendo castelos de areia e (fazendo) flutuar nossos barcos
Nós faremos isso.
Nós percorreremos um arco-íris, uma nuvem, uma tempestade
Voando no vento, nós mudaremos nossa forma
Nós tocaremos as estrelas, abraçaremos a Lua
Nós quebraremos a barreira e estaremos lá em breve
Enquanto arquitetos planejam seus prédios altos
E uniões de comércio aumentam seu clamor
Enquanto brigas de sala de reunião de diretoria geram fúria
E em lugares secretos negociantes se encontram
Nós cantaremos e dançaremos em felicidade inocente
Com a suave carícia de um terno beijo
Nós faremos isso.
Enquanto filósofos lutam e continuam a tentar resolver
Intermináveis dilemas de corpo e mente
Físicos divagam, continuam a ponderar
Recorrentes perguntas de espaço e tempo
Arqueólogos pesquisam, continuam a cavar
Tesouros antigos pequenos e grandes
Psicólogos investigam, analisam as lágrimas
De noções histéricas, fobias, medos
Enquanto padres recebem confissão
Em uma séria sessão
E pessoas se debatem
No grande movimento
No alarde e estrondo
Sobre o significado de pecado
Nós tocaremos as estrelas, abraçaremos a Lua,
Quebraremos a barreira, chegaremos lá em breve
Percorreremos o arco-íris, a nuvem, a tempestade
Voando no vento, mudando nossa forma
Crianças do mundo, nós faremos isso
Com canção e dança e felicidade inocente
A suave carícia de um terno beijo
Nós faremos isso.
Ryan White
Ryan White, símbolo de justiça
Ou criança de inocência, mensageiro de amor
Onde você está agora, aonde você foi?
Ryan White, eu sinto saudade de seus dias ensolarados
Nós descuidadamente fazíamos travessuras em brincadeiras prolongadas
Eu sinto saudade de você, Ryan White
Eu sinto saudade de seu sorriso, inocente e luminoso
Eu sinto saudade de sua glória, eu sinto saudade de sua luz
Ryan White, símbolo de contradição
Criança de ironia, ou criança de ficção?
Eu penso em sua vida desolada
Em seu conflito, sua luta
Enquanto senhoras dançam na noite iluminada pela Lua
Festas de champanhe em cruzeiros fretados
Eu vejo sua forma debilitada, seu aspecto espectral
Eu vejo suas feridas infectantes, suas contusões exauridas
Ryan White, símbolo de agonia e dor
De medo ignorante se tornado insano
Em uma sociedade histérica
Com ansiedade que se move livremente sem controle
E piedade dissimulada
Eu sinto saudade de você, Ryan White
Você nos mostrou como resistir e lutar
Na chuva você foi um aguaceiro de alegria
O lampejo de esperança em cada menina e menino
Nas profundezas de sua tristeza angustiada
Foi o sonho de um outro amanhã.
A Sombra Evasiva
Ainda que eu viajasse para longe
A porta para minha alma permanecia entreaberta
Na agonia do medo mortal
Sua música eu não ouvia
Devido a estradas sinuosas na pista da memória
Eu suportei minha cruz em dor
Foi uma jornada de loucura
De angústia nascida em tristeza
Eu perambulei em todos os cantos
Recuei a cada golpe
Procurando aquele néctar roubado
Em meu coração aquele cetro por longo tempo perdido
Em todas aqueles rostos assombrados
Eu procurei meu oásis
De certo modo estava em uma loucura embriagada
Uma histeria cruel, uma obscura falta de clareza
Várias vezes eu tentei romper
Esta sombra me seguindo eu não poderia sacudir
Várias vezes na multidão ruidosa
Na grande atividade do estrondo tão alto
Eu observei atentamente para ver seu sinal
Eu não poderia perdê-la em lugar algum
Ela estava só quando eu rompi todos os laços
Após a tranqüilidade dos choros agudos
Nas profundezas daqueles intensos suspiros
A tristeza imaginada de mil mentiras
Eu repentinamente olhei de maneira fixa seus olhos faiscantes
Simultaneamente eu decifrei meu objetivo
A sombra evasiva era a minha alma.
Mãe
Longos períodos de tempo eu estive desenvolvendo
Para tomar um estado de forma hesitante
Da realidade não manifesta esta concepção cósmica
Sobre esta terra uma fantástica recepção
E então uma decisiva manhã de Agosto
Do seu ser eu nasci
Com amor carinhoso você cultivou uma semente
Para a sua própria aflição você não deu atenção
Não se importou com qualquer risco e perigo
Você se decidiu por este estranho solitário
Arco-íris, nuvens, o céu azul escuro
Pássaros brilhantes que voam no alto
De fragmentos você construiu minha totalidade
Dos elementos você modelou minha alma
Mãe querida, você me deu vida
Por causa de você, sem conflito ou luta
Você me deu alegria e postura
Tomou conta de mim sem restrição
E se eu alguma vez mudar este mundo
É em conseqüência das emoções que você desenvolveu
Sua compaixão é tão doce e preciosa
Seus mais lindos sentimentos eu posso ouvir
Eu posso sentir sua mais vaga idéia
A maravilhosa magia de sua poção do amor
E agora que eu cheguei até aqui
Encontrei-me com cada rei e autocrata
Deparei-me com cada cor e credo
De cada paixão, cada ganância
Eu volto para aquela noite estrelada
Sem um medo por força física ou poder
Você me ensinou como levantar e lutar
Por cada coisa errada e certa
Cada dia sem um suporte
Eu entesourarei o quê você moldou
Eu me lembrarei de cada beijo
Suas palavras doces eu nunca passarei sem
Não importa aonde eu vá daqui
Você está dentro de meu coração, minha mãe querida.
Êxtase
Eu nasci para nunca morrer
Para viver em felicidade, para nunca chorar
Para falar a verdade e nunca mentir
Para partilhar meu amor sem um suspiro
Para esticar meus braços sem uma amarra
Isto é minha dança
Isto é meu sentimento de extremo prazer e excitamento
Não é um segredo, você não pode ver
Por que não podemos nós todos viver em êxtase
Êxtase Êxtase
Por que não podemos nós todos
Viver em Êxtase.
Sem uma culpa, sem arrependimento
Eu estou aqui para esquecer
Memórias manchadas de pecado imaginado
Em cada amigo, parentes e amigos
Nós viemos para celebrar aqui
A contínua libertação de cada medo
De cada idéia, cada semente
De qualquer separação, classe social, ou credo.
Esta alienação, fragmentação, abominação
De separação, exploração, isolamento
Esta crueldade, histeria, loucura absoluta
Esta raiva, ansiedade, tristeza transbordante
Ecologia perturbada, destruição cruel
Biologia doente, obstrução da natureza
Espécie colocada em perigo, poluição ambiental
Buracos no ozônio, solução desafiante
Não está reconhecendo que a centelha que ilumina meu interior
É o mesmo fogo
Brilhando intensamente em cada homem, criança, e mãe
Nós viemos para celebrar aqui
A continua libertação de cada medo
De cada idéia, cada semente
De qualquer separação, classe social, ou credo.
Sentir-se livre, vamos voar
Na direção do infinito, além do céu
Porque nós nascemos para nunca morrermos
Para vivermos em felicidade, para nunca chorarmos
Para falarmos a verdade e nunca mentirmos
Para partilharmos nosso amor sem dar sinal
Para esticarmos nossos braços sem uma amarra
Isto é nossa dança
Isto é nosso sentimento de extremo prazer e excitamento
Não é um segredo, você não pode ver
Por que não podemos nós todos viver em êxtase
Êxtase Êxtase
Por que não podemos nós todos
Viver em Êxtase.
Salto de Importância
Eu procurei por você em um caminho longo, lento e tortuoso
Eu procurei por você além dos confins
Eu procurei por você em cada recanto e fissura
Minha busca foi às vezes perigosa
Mas em todo lugar que eu olhei eu achei
Eu estive realmente circulando
Em cada tempestade, em cada ventania
Eu poderia ouvir sua história silenciosa
Você apareceu onde quer que eu fosse
Em cada gosto, em cada aroma
Eu pensei que eu estava em um transe
Em cada estremecimento eu senti sua dança
Em cada visão eu vi seu relance
Você esteve lá, como se por acaso
Ainda assim, eu vacilei
Não obstante, minha vida se modificou
Todas minhas dúvidas foram esforços em vão
De julgamentos feitos em memórias de dor
Apenas agora, deixando ir
Eu posso gozar em seu calor interior
Não importa onde eu ande a esmo ou circule
Eu vejo o esplendor de sua aparição
Em cada drama eu sou o ator
Em cada experiência o eterno elemento
Em cada ocasião, cada fato
Você esteve lá, como a semente
Eu sei agora, porque eu vi
O quê poderia ter acontecido, poderia ter sido
Não há necessidade de tentar tão duramente
Porque em sua manga você segura a carta
Para cada destino, cada boato
O Reino está aqui para nós reivindicarmos
Em cada chama, cada lar
Há uma centelha que dá renascimento
Para todas aquelas canções nunca cantadas
Todos aqueles desejos em corações ainda jovens
Além de tudo o quê se está ouvindo, além de tudo o quê se está vendo
No centro de seu Ser
Está um campo que se estende sobre a infinidade
Ilimitado puro é o embrião da divindade
Se nós pudéssemos por um momento ser
Em um instante nós veríamos
Um mundo onde ninguém sofreria ou fatigaria com trabalho árduo
De beleza pura nunca manchada
De águas brilhantes, céus cantantes
De colinas e vales onde ninguém morreria
Aquele jardim encantado, aquele lugar maravilhoso
Onde nós no passado brincamos em tempos de graça
Dentro de nós mesmos um pequeno recesso do coração
Naquele ferro-velho naquele amontoado
Sob aquela barragem de culpa e tristeza
Está o esplendor de um outro amanhã
Se você ainda tem promessas para cumprir
Apenas faça aquele mergulho, decida finalmente, dê aquele pulo, lance-se.
Crianças da Inocência
Criança de inocência, eu sinto saudade de seus dias ensolarados
Nós alegremente fazíamos travessuras em brincadeiras prolongadas
Depois que você deixou a cena
As ruas estão solitárias, sombrias e egoístas
Criança de inocência, retorne para mim agora
Com seu simples sorriso mostre-lhes como
Este mundo mais uma vez pode responder a seu relance
E batidas do coração palpitarem ao ritmo de sua dança
Criança de inocência, sua graça, sua beleza
Chama-me agora para além do chamado de dever
Venha voar comigo muito acima
Sobre as montanhas na terra do amor
Criança de inocência, mensageiro de alegria
Você tocou meu coração sem um estratagema
Minha alma está flamejante com um fogo ardente
Mudar este mundo é meu mais profundo desejo.
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